Intervenção: A Aventura da Modernidade (2º D)

Esta foi a primeira intervenção do semestre. Aliando ao conteúdo ministrado pela Lídia no 2º D Matutino, quisemos apresentar os conceitos e definições de modernidade, ressaltando primeiramente como se classifica por Moderno, determinada obra ou periodo, as rupturas e as continuidades dentre a transição Baixa Idade Média e Idade Moderna.

Texto de Aramísio Antunes e Frederico Menezes.

Idade Moderna

Centro de Educação Jovens e Adultos

Goiânia, ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­04 de março de 2013.

A aventura da Modernidade

O conceito de modernidade é sempre refletido com o conceito de moderno e modernismos. Pensando sempre a oposição do “moderno” ao “antigo”, desdobrada a partir da Baixa Idade Média.

Uma das grandes dificuldades para estudar a época moderna não é sua periodização, mas a caracterização desse período. O “mundo moderno” se reveste de uma série de especificidades, em que alguns homens tiveram a percepção de que estavam vivendo um “novo tempo”.

A época moderna é delimitada como um período que estende desde a crise da sociedade feudal europeia no século XIV até às revoluções democrático-burguesas dos séculos XVII-XVIII. Podendo ser conceituada sob diversos ângulos.

Mas pensar linearmente ou temporalmente não nos faz entender sua totalidade, pois a época moderna não comporta esquematismos ou datas limites, uma vez que ao “moderno” contrapõe-se o “antigo”, tornando-se assim mais difícil encontrar a modernidade, pois nos leva ao problema das rupturas e das continuidades.

O historiador Francisco Falcon nos mostra que trabalhar modernidade, “Início dos Tempos Modernos” e a “Idade Moderna” como se tratando de coisas absolutamente claras é um erro. Então como definir uma época como “moderna”?

Contrastar o atual, o recente, ao que é velho e ultrapassado, seria uma resposta possível a essa pergunta, comprovada através das ideologias que se pretendem inovadoras face ao existente, negando da origem assim, de sucessivas “modernidades”.

Para maior elucidação a conceituação do período como moderno foi desenvolvida pelos humanistas do Renascimento, aqueles que, no século XVII, travaram batalha contra os “antigos”. Só aos poucos, na sociedade ocidental, foi havendo uma tomada de consciência quanto à modernidade nascente, com a indecisa teoria do progresso. Foi a partir daí que se originou a noção de uma História Moderna, distinta enquanto época daqueles que lhe haviam precedido.

A primeira característica que temos dessa “Idade Moderna” que todos conhecemos e o período de transição do feudalismo ao capitalismo na Europa centro-ocidental. São mudanças então ocorridas, em ritmos e intensidades diversos conforme a sociedade, que formam o núcleo básico dessa transição.

Pensando essas mudanças não apenas no caráter econômico, já bem mencionado pelos livros didáticos, mas pensando em seu caráter ideológico, podemos refletir as principais características do processo mental, das novas visões do mundo, e das distintas formas de pensamento.

O processo fundamental, desse processo é a “passagem da transcendência à imanência, da verticalidade à horizontalidade”. Nessa perspectiva o homem busca respostas para sua posição no mundo, onde na transcendência o homem olha para sua religiosidade e observa ser semelhante a Deus, criativo, criador, passando a visão não de um homem apenas submisso, mas capaz de criar e responder por suas ações. O homem passando pelo ponto de partida, pelas suas criações, por suas obras, tornado uma visão imanente.

Exemplo dessa transformação se deu na relação homem-natureza, expressas nas reflexões e teses dos pensadores Giordano Bruno e Galileu Galilei, punidos pela autoridade eclesiástica, por ameaçarem os pilares do sistema ainda vigente. Esse novo conceito de verdade anunciada por Galileu, revelada pelos fenômenos naturais, autônomas, com sua própria linguagem e suas leis, ao alcance do homem, afirma-se para a natureza e para o próprio conhecimento, o princípio da pura imanência.

Inicia-se uma secularização, a emancipação, de cada um dos campos particulares do conhecimento e das práticas a eles associadas, que antes era exercida até então pela metafísica e pela teologia. A antiga visão finalista, própria de um universo mental dominado pela revelação e monopolizado pela Igreja, cede lugar pouco a pouco, diante da imanência, possibilitando uma nova visão do mundo: terrena e humana, ou seja, imanente, natural, racional.

homem vitruviano

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